Análise do padrão das manchas de sangue em local do crime: entenda os fatores relacionados
Na medicina legal é importante averiguar todos os vestígios que possam elucidar um ato criminal. Nesse contexto, a identificação de provas biológicas, quando não há possibilidade de colher testemunhos das vítimas, é de fundamental importância para atribuir a responsabilidade criminal.
Sendo assim, umas das pesquisas de maior relevância atualmente é a caracterização do padrão das manchas de sangue. Por meio dessa análise, é possível fazer inferências no local do crime e apontar o trajeto entre a perfuração da vítima e a identificação do componente sanguíneo.
Por isso, se você tem interesse nesse assunto, fique por aqui e entenda a relevância da avaliação do padrão das manchas de sangue. Boa leitura!
Da composição do sangue ao extravasamento
O sangue é constituído por leucócitos (série branca), hemácias (série vermelha) e plaquetas que ficam “dissolvidos” no plasma. Em uma situação de ruptura de paredes fisiológicas, ocorrerá o extravasamento desse líquido.
Dependendo do local atingido e do tipo de instrumento utilizado, o derramamento será intenso e as chances de sobrevivência diminuirão. Outros fatores também influenciam na possibilidade de morte, como o número de perfurações e a profundidade do ato.
À medida que o sangue fica no exterior do corpo, ele adquire uma coloração mais escura, resultado do processo de deterioração de seus compostos. O odor se intensifica e, com o passar o tempo, o sangue tende a secar e formar manchas. Dessa forma, quanto mais rápido for avaliado o sangue, maior a probabilidade de inferir os desfechos de um crime.
Da análise dos parâmetros da gota de sangue
Para identificar o objeto utilizado em um crime e a forma da agressão, um dos métodos é a análise da mancha de sangue. Nesse sentido, a observação minuciosa do perito será fundamental para apurar todos os detalhes.
Dentre esses detalhes está o alongamento da gota de sangue e o ângulo formado, que geralmente ocorre no primeiro impacto. Além disso, a inclinação da gota fornecerá detalhes importantes do contexto criminal.
Sendo assim, a inclinação pode variar de 90 graus (forma circular)) até 10 graus (formato elíptico), e a partir dessa informação, será possível calcular outras variáveis, como área de convergência e distância entre a base das manchas.
Da interpretação da mancha de sangue na superfície
Conhecendo o ângulo formado entre o sentido da viagem da gota e a superfície de contato, é possível analisar outros parâmetros. Aplicando as fórmulas adequadas consegue-se medir o comprimento e largura da mancha de sangue.
Considerando que uma gota que cai perfeitamente formando um ângulo de 90 graus será redonda, o perito traçará eixos maiores das elipses das demais gotas encontradas e concluirá o sentido da mancha de sangue.
Assim como é possível analisar as manchas em conjunto, como no caso do “splashed”, em que as mesmas se concentram em uma área central grande e possuem “respingos” de gotas satélites.
A análise da mancha de sangue é um dos requisitos fundamentais para elucidar a cena de um crime. Para tanto, as técnicas utilizadas visam à identificação das gotas e, a partir de cálculos complexos, possibilitam hipotetizar o trajeto mais condizente com a situação vivenciada no momento do crime, assim como os principais suspeitos. Por se tratar de uma análise observacional complexa, é recomendável que seja feita por peritos experientes e em menor tempo desde o acontecimento.
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