Instrumentos cortantes como causalidade do dano
O dano causado à vítima por um instrumento cortante pode ter diversos desfechos fisiopatológicos, além de gerar alterações emocionais conforme a intensidade da agressão cometida.
Em geral, independente do objeto cortante, o organismo responderá com uma reação inflamatória exacerbada causando dor, rubor, ardor e sangramento em algumas situações críticas. E dependendo da lesão, será necessária intervenção menor ou suporte avançado para reanimação cardiorespiratória.
Por isso é preciso entender a causalidade do dano e os principais tipos de instrumentos cortantes a fim de prever as complicações clínicas para posteriormente buscar os culpaodos
Conheça a seguir os principais tipos de instrumento cortantes e as consequências de sua utilização.
Conceito de instrumentos cortantes
São denominados por aqueles objetos com gume afiado, que depois de exercida uma pressão ou deslizamento sobre a pele íntegra ou órgãos, favorecerão o rompimento dos tecidos superficiais e profundos.
Conforme a posição de aplicação na superfície corporal, os instrumentos cortantes causarão lesão incisa linear ou em zigue zague. Além disso, a penetração mais aprofundada dos tecidos dependerá da intensidade da aplicação e da resistência dos tecidos.
Sendo assim, tem como exemplo de instrumentos cortantes a navalha, bisturi, faca, lâmina de barbear, estilhaços de vidro e até mesmo o papel que pode provocar lesões significativas na pele.
Consequências fisiopatológicas do dano cortante
É importante conscientizar que não existe ferida cortante, mas sim, objetos, e cada um provoca diferentes alterações anotamo-funcionais em virtude das mudanças morfológicas e bioquímicas que ocorrem após a agressão.
Em geral, uma ferida superficial, que atinge epiderme e uma fina porção da derme, causará uma inflamação de pequeno corte levando ao acúmulo de fibroblastos e, em poucas semanas, a cicatrização da lesão.
Todavia, quando se verifica lesões mais profundas ou acometimento de órgãos nobres, ocorrerá extravasamento interno de sangue, gerando outras complicações em decorrência da hipovolemia. Situações como essas requerem intervenções médicas emergenciais.
Consequências psicológicas do dano cortante
Ao se desvendar um crime, é preciso caracterizar formalmente as lesões observadas entre os atores, bem como analisar outros aspectos não objetivos ao dano. Nesse caso, se refere ao tipo de lesão sofrida pela vítima.
Isso é evidenciado por estudos científicos nos quais se constata que ferimentos incisos em certas regiões denotam intenção de estigmatizar a vítima, tais como o corte da orelha, pênis, nariz e tantas outras partes que caracterizam unitariamente a vítima.
Sendo assim, todo o contexto da cena do crime ou da violência sentida deve ser levantado para evitar conclusões precipitadas ou análises preliminares de um acontecimento complexo.
Além disso, em se tratando de feridas provenientes de instrumentos cortantes, é plausível compreender o processo de cicatrização dos ferimentos tais como as principais fases desse contexto, a saber: inicial, fibroplastia e maturação. Para todas elas existe uma característica que as distingue das demais.
A causalidade do dano advinda dos instrumentos cortantes deve ser bem fundamentada, considerando os aspectos fisiopatológicos dessa lesão, as alterações emocionais concomitantes e as demais informações que comporão um inquérito investigativo. Tudo isso deve ser bem elaborado para evitar arestas dúbias e informações que possam servir para atenuar a condenação de um culpado.
E você, o que sabe sobre instrumentos cortantes? Quais informações sobre medicina legal gostaria de saber? Deixe seu comentário!